Fundo Imobiliário pode se equiparar a Bolsa de Investidores Individuais, em cinco anos
21/10/2020
A ascensão tem sido meteórica desde o ano passado. Do fim de 2019 até agosto, a quantidade de investidores teve um crescimento de 60,4% na base de participantes do segmento da B3. Em dezembro de 2019, os fundos de investimento imobiliários (FII) na bolsa registravam 632,6 mil investidores. Oito meses e 382 mil novos CPFs mais tarde, alcançaram 1,014 milhão de participantes, segundo o mais recente relatório.
“Com certeza o mercado de fundos imobiliários vai fazer frente ao de ações tanto em quantidade de investidores, quanto em ativos totais e de volume de negociação”, afirma o gestor de portfólios da Fator Administração de Recursos (FAR), Rodrigo Possenti. “Acho que em cinco anos esse mercado vai estar bem próximo, senão equivalente, ao de ações”, acrescenta.
Visão parecida é partilhada pelo sócio e gestor da XP Asset Management, Pedro Carraz. “No médio e longo prazo, parece-me que o mercado de fundo imobiliário pode ultrapassar o de ações”, diz. Já o analista de fundos imobiliários da Suno Research, Marcos Baroni, prevê que “nos próximos três a cinco anos o número de investidores de FII vai superar a marca dos 3 milhões"
A visão otimista se apoia em vários catalisadores. Para os especialistas, o juro baixo vai continuar sustentando um fluxo de migração dos investimentos mais conservadores para o risco, o que beneficia o segmento, como mostra o próprio crescimento da base.
“Quando a pessoa física quer ir para algo um pouco mais arriscado, mas não quer passar direto para a renda variável, os FIIs têm sido uma porta de entrada para esse mundo com um pouco mais de volatilidade, mas também liquidez maior”, disse o vice-presidente do Fórum de Mercado de Capitais e presidente da Comissão de Renda Fixa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Sergio Goldstein, em coletiva de mercado de capitais.
A renda passiva por meio do investimento em FII, com o recebimento dos aluguéis mensais em forma de dividendos, tem chamado a atenção dos investidores, uma vez que as cotas não apresentam tanta volatilidade quando comparadas ao investimento em ações, segundo os analistas do BB Investimentos, Victor Penna e Kamila Oliveira.
Fonte: Por Sérgio Tauhata, Valor — São Paulo